Trono no Céu

 

Depois disso, tive uma visão: havia uma porta aberta no céu, e a primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta, disse: sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas. 2 Fui imediatamente movido pelo Espírito: eis que havia um trono no céu, e no trono, Alguém sentado… 3 O que estava sentado tinha o aspecto de uma pedra de jaspe e cornalina, e um arco-íris envolvia o trono com reflexos de esmeralda. 4 Ao redor desse trono estavam dispostos vinte e quatro tronos, e neles assentavam-se vinte e quatro Anciões, vestidos de branco e com coroas de ouro sobre a cabeça. 5 Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões, e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo: são os sete Espíritos de Deus. (Apocalipse, 4: 1 a 5 )


 

Depois disso, tive uma visão: havia uma porta aberta no céu, e a primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta, disse: sobe até aqui, para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas.

Depois disso, tive uma visão; o que foi narrado anteriormente pelo evangelista já era fruto de uma visão, do exercício medianímico. Assim, a expressão depois disso nos faz compreender que após aquelas anteriores houve um aprofundamento do que ele enxergava em sentido espiritual. Sua mediunidade aguçava cada vez mais.

As primeiras cenas, que deram origem às cartas dirigidas às igrejas, situavam, apesar de sua espiritualidade, num plano mais imediato, aqui há um desdobramento mais amplo e regiões espirituais ainda mais elevadas serão o cenário deste quarto capítulo.

As igrejas representam nós mesmos em vários ângulos de nosso desempenho cristão; ora virtuosos, ora portadores de vícios que precisam ser superados.

havia uma porta aberta no céu; define a superioridade do trabalho. Era fruto de uma concessão da Misericórdia para que nos fosse descortinado novas revelações e situações espirituais, ou tratava-se de conquista moral que permitia esta incursão. A porta do céu não nos abre à toa, ou é merecimento devido a algo já realizado, ou oportunidade de trabalho e assim, de elevação.

e a primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta; referência à voz citada no primeiro capítulo no décimo versículo. Pode se tratar do próprio Cristo ou de um Anjo enviado por Ele para revelar-nos. De qualquer modo é um Espírito de nível muito elevado pertencente à falange do Espírito de Verdade.

Ao nível de nossa consciência a primeira voz pode representar um chamamento da justiça, enquanto que esta que nos abre as portas do Céu, a do amor. Só o plano operacional do Evangelho nos prepara para uma Espiritualidade mais profunda.

disse: sobe até aqui; Aquele que emitia a voz estava num plano mais elevado e convida o apóstolo a subir até onde ele se achava, até aqui.

Era a visão do judaísmo um Céu dividido em níveis1 definindo gradações cada vez mais espiritualizadas.

Confirma nosso comentário desta voz sugerir o convite do amor, só ele nos faz subir cada vez mais na escala do espírito.

Há uma necessidade de o médium elevar-se espiritualmente para que através de uma ampla conexão com o Alto possa trazer maiores revelações. A mesma proposta se adéqua à nossa necessidade no dia a dia, pois nos fazendo medianeiros da utilidade atingimos mais rapidamente nosso objetivo de recomposição consciencial e ajuste aos desígnios do Pai.

É preciso compreender, todavia, que toda subida requer esforço, disciplina e perseverança. Se o Céu é a meta e o limite que nos liberta, só através destas virtudes chegaremos lá, virtudes que devem ser buscadas e vividas dia a dia e não de vez em quando e só nos ambientes de nossas afinidades.

para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas. Eu te mostre, isto é, o Cristo, a Consciência Superior. Só ajustado a Ele ampliamos nossos olhos que veem para além do trivial.

Todos somos desejosos de grandes revelações, inclusive as que nos projetam no futuro num domínio sobre o tempo. Por aqui aprendemos ser isto possível, isto é, saber as coisas que devem acontecer depois destas, todavia isto tem um preço:

elevação espiritual, evolução, evangelização…, educação para o serviço em nome de Deus.

Entretanto, esta expressão que devem acontecer deve ser melhor compreendida pois aqui está em parte uma importante revelação desta Apocalipse.

O verbo “dever” aqui traduzido do grego dei, tem o sentido de estar preso a uma lei, a uma necessidade provocada pelas circunstâncias. Sugere uma obrigação moral, um constrangimento por determinação divina.

Portanto, é uma Lei que está por trás, assim ela vai se cumprir. Todavia a sua manifestação pode variar de acordo com o comportamento daquele ou “daqueles” envolvidos na questão.

É importante compreender isto, pois as profecias, mesmo as melhores, vindas por meio de Espíritos elevados não têm um caráter determinístico. Elas funcionam mais como alerta dizendo, “se nada for mudado isto deve acontecer, entretanto, se a conduta mudar poderá ser modificado o efeito”.

Em síntese, a Lei se cumpre, a forma dela cumprir pode ser alterada de acordo com nossa postura diante da vida.

2 Fui imediatamente movido pelo Espírito: eis que havia um trono no céu, e no trono, Alguém sentado…

Fui imediatamente movido pelo Espírito; a ideia clara é o de um “arrebatamento” espiritual. Trata-se da mediunidade trabalhada de modo ainda mais elevado que a visão, pois o Espírito se vê transportado a estas regiões sublimes.

Só aquele que está preparado pode realizar tal trabalho, é preciso ter forjado esta condição no serviço da autoeducação. Não podemos adentrar no “paraíso” senão desvinculado de tudo que é transitório.

O Apocalipse nos convida a cada vez mais a uma vida espiritual, só através dela ingressaremos nestas regiões inefáveis.

eis que havia um trono no céu; o Céu confirmando o ambiente em que estava, pura Espiritualidade.

Paulo define o ambiente como indizível, todavia, os autores apocalípticos buscam descrevê-lo fazendo analogias com o conhecido.

João não faz diferente,como em Isaías no sexto capítulo, ou Ezequiel no primeiro, busca algum tipo de referência para nos fazer compreender o ambiente especialíssimo da Casa Espiritual de Deus.

O trono define o ponto ainda mais nobre, o Altar Celeste.

Podemos ainda compreender que o trono é a exteriorização do Pensamento Divino. Todo o Universo é assim, Trono de Deus, o que dá a tudo existente um caráter de uniformidade. Quando algo tem assim, um aspecto divergente do que seja Divino, é sinal que o que está alimentando esta construção não é o campo mental de Deus e sim de Espíritos temporariamente desajustados aos Desígnios Superiores; o que dá um caráter de temporalidade a tudo que se opõe ao Amor Universal.

Destarte, compreendemos que nem o mal, nem as regiões abismais, onde imperam trevas exteriores, são criações divinas, daí não poderem ser eternas e sim temporais de acordo com a necessidade daqueles que a elas estão vinculados.

e no trono, Alguém sentado…; posição que expressa a superioridade Daquele que tem ampla autoridade.

Ezequiel O define como um “ser com aparência humana”, um “Adão Primordial”. João diz de alguém o que de certa forma ainda humaniza, porém não há como ser diferente. Nós só alcançamos compreensão a partir do que conhecemos.

Os próprios Espíritos Codificadores sentiram grande dificuldade em ter de nos trazer ensinamentos superiores com o vocabulário que temos. Existe na espiritualidade “coisas” que não há como fazer analogia. Imaginemos, deste modo, um ambiente Celestial, muito mais difícil é retratá-lo. Só pelo pensamento podemos fazer uma ideia da Natureza Íntima de Deus ou compreender o Espírito dissociado de matéria2.

Assim, chegamos a uma conclusão, toda vez que tentamos compreender Deus, O humanizamos, e isto não é bom. Deus não é uma pessoa, por maior que ela seja.

Daí a necessidade de muitos fazerem de Jesus, Deus. Devemos entender o Cristo não como o próprio Criador, mas como o caminho operacional de chegarmos até Ele. Não há outra forma de adentrarmos na intimidade do Senhor Supremo.

3 O que estava sentado tinha o aspecto de uma pedra de jaspe e cornalina, e um arco-íris envolvia o trono com reflexos de esmeralda.

Veja que temos aqui mais símbolos como forma de explicar o inexplicável. Talvez seja uma necessidade nossa de Deus, uma saudade Dele. Em nosso plano mental atual não há como ser diferente, temos de visualizá-Lo, e assim O materializamos. Ele não pode ser visto através de nossos olhos e nem mesmo compreendido em nosso paradigma mental atual.

O que estava sentado tinha o aspecto de uma pedra de jaspe e cornalina; jaspe é uma pedra preciosa que se apresenta em múltiplas cores. A analogia talvez se dê expressando não só a preciosidade de como o médium viu o que estava sentado, mas também significando que mesmo nos planos de altíssima Espiritualidade o Criador é visto de forma diversa por cada um, de acordo com a faixa de evolução de quem O vê. Mesmo entre aqueles que estão mais próximos Dele há esta diferenciação na forma de compreendê-Lo.

A cornalina é também uma variedade de pedra usada como gema, de cor vermelha, marrom-amarelada ou marrom-avermelhada. Algumas versões dizem de “pedra sardônica”, que é também pedra usada como ornamento e que é destacada pelas cores vermelha da cornalina e branca do ônix

São palavras que no grego têm a mesma raiz, e uma grafia muito semelhante o que pode ter confundido os escribas dos primeiros manuscritos. Daí a divergência. No vigésimo primeiro capítulo, vigésimo versículo, a citação volta, porém temos as duas pedras citadas e aí não há diferenças.

Todavia, o que aqui importa é o seu sentido de preciosidade e a presença delas de formas diversas em nosso encaminhamento evolucional.

Podemos aprofundar um pouco em nossos comentários e ver a pedra como um símbolo sempre ligado à fé. É o que expressa Jesus a Simão, ao dizer tu és Pedro,e sobre esta pedra edificarei a minha igreja…3

Marcando a pedra o início de nossa evolução no reino mineral, notamos ela trabalhada e preciosa também no fim do processo através da fidelidade a Deus no plano aplicativo de Sua Lei. Trata-se da pedra que sofreu todo processo de transformação e tornou-se multicor, preciosa. Manteve a solidez e se expressa enfeitando aos outros.

e um arco-íris envolvia o trono; nos textos bíblicos o arco-íris simboliza acima de tudo comunhão; comunhão com Deus através da realização da Aliança.

Disse Deus: Este é o sinal da minha aliança que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações: porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra.4

De certa forma podemos ver no Cristo este arco-íris, pois é através Dele que realizamos nossa parte na Aliança e entramos na comunhão com Deus. Seria Ele não em seu sentido personalista, mas de “Logos Divino”, “Verbo do Princípio”, “Poder Criador de Deus”.

Ainda há como ampliar nosso entendimento e ver neste arco o campo de irradiação do Criador que abraça todos que estão conexos a Ele. As múltiplas cores tanto do arco-íris quanto da pedra de jaspe definindo que em nossa evolução não pode haver cristalização mental, todos passamos por vários processos de aprendizado e crescimento, e a compreensão encontra-se nos fundamentos do amor.

com reflexos de esmeralda. De todas as cores o médium percebeu uma predominância do verde claro, reflexos de esmeralda.

No estudo das cores e numa ligação destas com os Chacras ou Centros de Força, o verde está acentuadamente ligado ao Centro Cardíaco.

Sem desejar entrar por estes terrenos, porém nos apropriando um pouco destes estudos na análise dos símbolos desta Revelação, podemos ver aí sobre a importância do sentimento na complementação de nosso processo evolutivo.

O Centro cardíaco, como o próprio nome diz se localiza na área do coração e segundo André Luiz dirige a emotividade e a circulação das forças de base.5

Temos aprendido que devemos sempre buscar equilíbrio entre sentimento e razão, mas que o fator determinante de nosso crescimento espiritual é o sentimento, é ele que se expressa mais claro nas atitudes de amor.

O reflexo esboça a emotividade.

A emotividade plasma a ideia.

A ideia determina a atitude e a palavra que comandam as ações.6

Deste modo, este reflexo de esmeralda pode significar a soberania do amor e a universalização dele em Deus.

Interessante ainda observar que nosso redator do Mundo Invisível ao relatar a ambiência divina neste quarto capítulo e também no quinto deste Apocalipse, ao contrário de Ezequiel7, não dá a Deus, Pai e Criador, nenhuma feição humana. Significa assim uma evolução desta Revelação, onde Deus se mostra através de Seu brilho transcendente.

4 Ao redor desse trono estavam dispostos vinte e quatro tronos, e neles assentavam-se vinte e quatro Anciões, vestidos de branco e com coroas de ouro sobre a cabeça.

Ao redor desse trono estavam dispostos vinte e quatro tronos; a Misericórdia Divina permite ao Espírito participar da Comunidade Celestial. Os vinte quatro tronos significam a posição daqueles que conquistaram a autoridade e a solidez, fundamentados num amor amplo e aplicado em suas vidas durante seu processo evolutivo.

Representam o ponto mais nobre onde é possível chegar, sendo o progresso quase infinito8. O lugar que ocupam na hierarquia divina os Eleitos9 de Deus, os que percorreram toda Escala Espírita10 e tornaram-se Espíritos Puros, e ao que dá a entender caminharam ainda mais tornando-se Cristos ou Messias Divinos.

O vinte e quatro é um número simbólico. Faz parte da equação do “doze”. O “doze” representa universalidade. Significa também o número do “povo de Deus”. São cento e quarenta e quatro mil os marcados (Apocalipse, 7: 4). Número também simbólico pertencente à mesma equação.

Eram doze as tribos de Israel, e doze os apóstolos de Jesus. Este número é tão significativo que após a defecção de Judas, outro teve de ser escolhido para ocupar seu lugar11.

Portanto, podemos ver nestes vinte e quatro tronos o símbolo da união da Primeira Aliança com a Segunda.

A Primeira o plano teórico, a Segunda o operacional.

A Primeira a prece do homem a Deus, a Segunda a resposta de Deus ao homem.

A Primeira nosso encaminhamento nas linhas da justiça, a Segunda, nas do amor.

Diante da universalidade da Mensagem de Deus, há a sugestão também no número vinte quatro de vermos a união de judeus e gentios, da participação destes últimos no “povo de Deus”. Seria a duplicação do doze das tribos formando o Novo Israel de Deus, que segundo nosso mentor Emmanuel representa toda a Humanidade sob a égide sacrossanta do Cristo12.

e neles assentavam-se vinte e quatro Anciões; na mesma posição, assentados expressando segurança e firmeza, autoridade e poder conquistados.

Vinte quatro, número simbólico já comentado, nos dizendo da ampla universalidade da Mensagem que torna possível a realização desta conquista e da completude dela em termos finalísticos de evolução.

Anciões; simbolizam aqui os Espíritos tornados puros que na intimidade do Criador O ajudam no Governo dos Mundos.

São os “agentes dedicados13que numa escala superior representam o próprio Criador. Segundo André Luiz Co-criadores em plano maior14, os Cristos ou Messias Divinos, o Espírito de Verdade, ou o Espírito Santo das religiões tradicionais.

Deus no Trono Central é o Irradiador por Excelência, estes vinte quatro anciões, recebendo o Influxo do Próprio Pai da Criação, convergem, adequando, os mesmos, para os Universos que vão permitir a evolução dos seres.

vestidos de branco e com coroas de ouro sobre a cabeça. Temos neste passo uma síntese do que o Criador através de Jesus prometeu aos vencedores conforme anotado neste mesmo Apocalipse.

O Vencedor trajará vestes brancas…15

eu te darei a coroa da vida16;

Ao vencedor concederei sentar-se comigo no meu trono…17

conceder-lhe-ei autoridade sobre as nações.18

Portanto, estes vinte e quatro anciões representam todos Espíritos que venceram a si mesmo, o mundo, e suas imperfeições. É o destino de todos o que adotarem o Evangelho como norteador de suas vidas.

Veste branca expressando pureza, vitória e alegria;

Coroa de ouro como concessão de poder imperecível outorgado aos Espíritos que se fizeram merecedores;

Sobre a cabeça, porque esta é a parte mais importante de nosso corpo físico no que diz respeito ao nosso encaminhamento evolutivo. Nela situa-se o “centro coronário” que é a sede da mente. Deixemos a palavra com nosso orientador André Luiz:

É assim que, regendo a atividade funcional dos órgãos relacionados pela fisiologia terrena, nele identificamos o centro coronário, instalado na região central do cérebro, sede da mente, centro que assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada nas cintas de aprendizado que lhe corresponde no abrigo planetário. O centro coronário supervisiona, ainda, os outros centros vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito, assim como as peças secundárias de uma usina respondem ao comando da peça-motor de que se serve o tirocínio do homem para concatená-las e dirigi-las.19

Sendo a mente a sede da razão e do sentimento, temos nela o elemento que dirigindo nossa evolução, como informa-nos nosso mentor, supervisiona todas as outras partes do corpo, daí a necessidade do poder espiritual estar assentado nela.

5 Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões, e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo: são os sete Espíritos de Deus.

Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões; é preciso estar em mente nossa necessidade de trabalhar com Deus sobre dois aspectos. Em Sua essencialidade, e em Sua expressividade. Em outras palavras, em Sua transcendência e Sua imanência.

Deus transcende a tudo que podemos supor, Ele é o Absoluto; é a Lei, mas é também o Autor da Lei. Daí não podermos ficar somente num ponto, se assim fizermos nós vamos ora O entendermos com conceitos antropomórficos, ora panteístas. Só através do entendimento de Sua transcendência e imanência o veremos de forma mais completa dentro de uma ótica monista.

Nesta revelação, para que a compreendamos nas dimensões tempo e espaço a que estamos vinculados há a necessidade dos símbolos e eles vão nos desafiando cada vez mais.

Neste trecho em que trabalhamos o Criador em sua expressividade, temos três novos símbolos. Relâmpagos, vozes e trovões. A ordem modifica de acordo com a versão bíblica.

Podemos dizer que tais figuras representam Deus irradiando diante de Seu Trono para todo Universo, espiritual e físico.

No primeiro instante o relâmpago simbolizando sua luz num aspecto mais sutil. Quando não conseguimos compreender dentro desta faixa de vibração, outras se descortinam para nós, vozes e trovões ou trovões e vozes.

O trovão como uma forma mais contundente em que se não aprendemos na primeira fase ele se mostra mais ao nosso nível pelos impactos da própria vida. É como diz um certo dizer popular, “uns acordam com o cantar suave de passarinhos, outros com o som mais acentuado de um sino”.

Todavia o trovão não é negativo, é como a própria dor um fenômeno necessário para despertamento.

As vozes são também expressões do som; se não entendemos simplesmente por ver há que nos ser dito de algum outro modo a fim de que percebamos. Elas significam a orientação um pouco mais elaborada, mais decodificada.

O que mais importa é percebermos a manifestação divina sempre ao nosso alcance. Deus tem instrumentos em todas as fases evolutivas do Espírito para fazê-lo compreender suas necessidades maiores. Seja através do amor ou da dor sempre caminharemos. Podemos ver aqui também a presença das três manifestações da fé: intuitiva, racional, e temerária.

A primeira consegue captar a luz que vem do Alto na manifestação de um relâmpago; a segunda pelo rigor científico e análise dos fatos; e para aqueles que se encontram na fase mais infantil em termos espirituais há a necessidade do temor para avançarem na evolução necessária.

e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo: são os sete Espíritos de Deus. A manifestação como “fogo que arde” é comum nas teofanias bíblicas20; aqui o próprio texto se explica. O sete como número simbólico exaustivamente repetido neste Apocalipse, representando a completude dos ciclos evolutivos. Estes sete Espíritos são aqueles que por já estarem em harmonia com Deus e já terem aprendido a lição têm capacidade para ensinar e dirigir as coletividades em seu processo evolucional. São os líderes das “sete igrejas", os Espíritos guias das cidades, dos países, e dos povos de uma forma geral. Vimos aqui que também no Céu há hierarquia, pois são, apesar de tudo, diferentes dos vinte e quatro anciãos. O progresso desafia, após o Espírito puro, aguardemos novos serviços a nos encaminhar para a condição de Cristos ou Messias de Deus.

Não podemos nem sistematizar nem fechar questão. São “Espíritos santos” que trabalham auxiliando Deus e Seu Cristo na Governança espiritual de outros Espíritos dentro da capacidade de cada um.

1 II Coríntios, 12: 2 a 4

2 Cf. (KARDEC, O Livro dos Espíritos. 50ª ed. 1980), Questões 12 e 26.

3 Mateus, 16: 18

4 Gênesis, 9: 12 e 13

5 XAVIER, Francisco C./ Waldo Vieira/André Luiz (Espírito). Evolução em Dois Mundos, 13a Ed. Rio de Janeiro: FEB, 1993; Primeira Parte, Cap. 2.

6 [F. C. XAVIER / Emmanuel (Espírito), Pensamento e Vida, 9ª ed. 1991]; Cap. 1

7 Cf. Ezequiel, 1: 26

8 (KARDEC, O Livro dos Espíritos. 50ª ed. 1980); Q. 169

9 [F. C. XAVIER / Emmanuel (Espírito), O Consolador, 16ª ed. 1993]; Q. 277.

10 (KARDEC, O Livro dos Espíritos. 50ª ed. 1980); Q. 100

11 Atos, 1: 21 a 26

12 [F. C. XAVIER / Emmanuel (Espírito), O Consolador, 16ª ed. 1993]; Q. 262.

13 Cf. (KARDEC, O Livro dos Espíritos. 50ª ed. 1980); Q. 536 item B.

14 [F. C. XAVIER / Waldo Vieira / André Luiz (Espírito), Evolução em Dois Mundos,1993]; Cap. 1

15 Apocalipse, 3: 5

16 Idem, 2: 10

17 Id., ib., 3: 21

18 Id., ib., 2: 26

19 [F. C. XAVIER / Waldo Vieira / André Luiz (Espírito), Evolução em Dois Mundos,1993]; Cap. 2

20 Cf. Êxodo, 19: 18; Ezequiel, 1: 13